Direitos Humanos

UNAIDS e OIT promovem primeira reunião do GT UNAIDS

A OIT assumiu, ao lado do UNAIDS Brasil, a co-direção do Grupo Temático Ampliado das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (GT UNAIDS) no biênio 2023-2024.

Notícias | 14 de Abril de 2023

O Grupo Temático Ampliado das Nações Unidas sobre HIV/AIDS reúne representantes de Sistema ONU, do governo, de organizações da sociedade civil organizada e da academia.Crédito: UNAIDS / Eduardo Almeida 

Brasília - Nesta quinta-feira, dia 13 de abril, aconteceu a primeira reunião do Grupo Temático Ampliado das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (GT UNAIDS) de 2023. O encontro foi realizado no escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil que no biênio 2023-2024 assume a coliderança do GT UNAIDS, que promove e orienta ações conjuntas das Nações Unidas em temas relacionados ao HIV/AIDS.

“A OIT reconhece que o HIV tem um impacto potencialmente devastador sobre o mundo do trabalho e a produtividade, e representa um enorme desafio para as pessoas que trabalham, suas famílias e comunidades em uma série de maneiras. Por exemplo, o estigma e a discriminação relacionados ao HIV ameaçam direitos fundamentais no trabalho e prejudica as oportunidades de obter um emprego decente e sustentável.”, destaca Vinícius Pinheiro, diretor do Escritório da OIT para o Brasil. “Pesquisas recentes da OIT apontam que 8% das empresas que responderam exigem a testagem para HIV em processos seletivos, o que gera estigma e discriminação no ambiente de trabalho”, explica.

Índice de Estigma

Em sua reunião, o GT UNAIDS abordou a segunda edição do Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS, cujo objetivo é detectar e medir a mudança de tendências em relação ao estigma e à discriminação relacionados ao HIV, a partir da perspectiva das pessoas vivendo com HIV/AIDS.

Lançada em 2019, a primeira edição da pesquisa revelou que 64,1% das pessoas entrevistadas haviam sofrido alguma forma de estigma ou discriminação por viverem com HIV ou com AIDS.
Outro dado revelou que 19,6% das pessoas entrevistadas haviam perdido uma fonte de renda ou emprego, ou foram rejeitadas em uma oferta de trabalho por viverem com HIV ou com AIDS.


Fonte: Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS - Brasil


“A ideia do Índice de Estigma, como um questionário padronizado globalmente, é que sirva como um monitoramento do nível de estigma em relação ao HIV/AIDS em vários países”, explica o Professor Dr. Angelo Brandelli, coordenador da pesquisa. “O Índice parte de dois princípios que conferem um envolvimento significativo das pessoas vivendo e convivendo com HIV/AIDS em todas as etapas do processo. Ou seja, as pessoas com HIV participam ativamente na elaboração, na coleta de dados e em todas as fases posteriores”, explica Ângelo.

Por fim, durante a reunião do GT UNAIDS foram discutidas, também, estratégias para inserir o HIV e pessoas que vivem com HIV nas atividades das agências, fundos e programas das Nações Unidas, além de formas de ampliar a integração e o acesso a direitos relacionados a partir do Governo Federal.

“Como diz Estratégia Global para AIDS 2021-2026, precisamos acabar com as desigualdades para acabar com a AIDS. Por isso, é fundamental a integração da resposta ao HIV em áreas para além da saúde, como o trabalho e a educação”, finaliza Claudia Velasquez, diretora e representante do UNAIDS Brasil.