OIT, Ethos e Ministério do Trabalho convocam empresas para criar rede contra trabalho infantil

Iniciativa inédita no Brasil tem por premissa difundir práticas bem-sucedidas de combate ao trabalho infantil.

Notícias | 10 de Novembro de 2016
© Foto: UN Photo/Shelley Rotner
Amanhã, dia 11 de novembro, representantes de diversas empresas se reunirão em São Paulo (SP) para avaliarem a criação da Rede de Empresas pela Aprendizagem e Erradicação do Trabalho Infantil, uma iniciativa realizada em parceria pelo Instituto Ethos, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Entre abril de 2014 e abril de 2015, o MTE realizou 9.838 operações fiscais para apurar denúncias de trabalho infantil no Brasil. As ações dos auditores fiscais retiraram dessa condição 5.688 crianças e adolescentes. Segundo o ex-chefe da Divisão de Fiscalização do Trabalho Infantil do MTE, Alberto de Souza, a entrada prematura desses jovens no mercado de trabalho é motivada pela falta de preparação profissional adequada e a perspectiva é de que as crianças e os adolescentes submetidos ao trabalho infantil continuem ganhando salários baixos na fase adulta, o que gerará repercussões até o final de suas vidas.

A proposta de criação da Rede constitui o primeiro passo rumo a outras ações de comprometimento e trabalho focados no tema do trabalho infantil. Trata-se de uma iniciativa inédita no Brasil, que promoverá o diálogo sobre os desafios para a erradicação do trabalho infantil e o intercâmbio de práticas bem-sucedidas.

Além disso, a Rede também dará visibilidade às ações desenvolvidas interna e externamente para que as empresas se comprometam em compartilhar e desenhar estratégias que permitam apoiar a aprendizagem profissional nos contextos onde operam. Ferramenta fundamental no combate ao trabalho infantil, a aprendizagem é uma obrigação legal constitucional que promove a profissionalização de jovens a partir de 14 anos de idade, mantendo-os na escola e capacitando-os para o mercado de trabalho.

* Com informações do Instituto Ethos.