COVID-19: Cooperação Sul-Sul e Triangular

Em tempos de COVID-19, projeto Algodão com Trabalho Decente mobiliza a Cooperação Sul-Sul Trilateral com reuniões virtuais

Coordenado por OIT, ABC e IBA, o projeto é desenvolvido em parceria com quatro países produtores de algodão: Paraguai, Peru, Mali e Moçambique

Notícias | 22 de Maio de 2020
Brasília - A pandemia da COVID-19 e seus efeitos entrelaçados sobre a saúde, a sociedade e a economia têm forçado governos, trabalhadores, trabalhadoras e empresas a se adaptarem a uma nova forma de trabalhar. Muitas pessoas conseguiram adotar a modalidade teletrabalho, ao passo que reuniões presenciais cederam lugar a interações em espaços virtuais.

Valendo-se ferramentas de videoconferência, gestores e formuladores de políticas públicas envolvidos com projetos de Cooperação Sul-Sul Trilateral podem seguir compartilhando experiências e conhecimentos em tempos de crise.

Projeto Algodão com Trabalho Decente
Nesse contexto, pela primeira vez, o projeto Algodão com Trabalho Decente inovou e reuniu de forma virtual o seu Comitê Diretivo em uma videoconferência realizada no último dia 20 de maio. Órgão de governança compartilhada, o Comitê Diretivo reúne-se anualmente e é a principal instância de tomada de decisão do projeto, responsável por definir estratégias e as principais ações.

De Brasília a Belo Horizonte, passando por Catuti, Divinópolis e Genebra, 24 representantes da OIT, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), e do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) participaram da reunião virtual, na qual foram analisados e aprovados o relatório de progresso do projeto de 2019 e o plano de trabalho para 2020. Representantes da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia (SEPRT), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA), também participaram da reunião do Comitê, pela primeira vez.

“ O Comitê Diretivo é a instância máxima de tomada de decisão do projeto, exemplo mais evidente da governança compartilhada deste projeto de Cooperação Sul-Sul Trilateral”, disse Fernanda Barreto, Coordenadora Programa de Cooperação Sul-Sul e Triangular da OIT, que apresentou o relatório de atividades do projeto em 2019 e o plano de trabalho para 2020.  

A coordenadora do projeto Fernanda Barreto apresentou o relatório de atividades em 2019 e o plano de trabalho para 2020.
Ao abrir a reunião, o Diretor do Escritório da OIT no Brasil, Martin Hahn, disse que o projeto enfrentou desafios e alcançou conquistas importantes em 2019. Ele destacou como exemplos concretos de intercâmbio de conhecimentos e de boas práticas para a promoção do trabalho decente no âmbito da Cooperação Sul-Sul, a articulação realizada com outros projetos e iniciativas, como a Iniciativa Regional América Latina e o Caribe livre de trabalho infantil e os projetos bilaterais implementados pela ABC.

Para Cecilia Malaguti, responsável pela área de Cooperação Sul-Sul Trilateral da ABC, “as instituições brasileiras cooperantes são atores fundamentais para a Cooperação Sul-Sul, pois sem elas, simplesmente não haveria cooperação Sul-Sul”.

De Genebra, Anita Amorim, responsável pela Cooperação Sul-Sul da OIT, disse estar feliz por ter a oportunidade de acompanhar a reunião remotamente, ressaltando que “o que acontece no Brasil serve de modelo para outros países”.

Metas alcançadas em 2019.
Por sua vez, o Diretor Técnico do IBA, Gustavo Prado, destacou a “participação e o grande entusiasmo de todas as pessoas que participam do projeto” e pediu a realização de reuniões virtuais com mais regularidade para o compartilhamento de experiências.

Desde 2009, a OIT desenvolve o "Projeto Algodão com Trabalho Decente - Cooperação Sul-Sul para a Promoção do Trabalho Decente nos Países Produtores de Algodão da África e da América Latina" com a ABC e o IBA. O objetivo do Projeto é promover o trabalho decente na cadeia produtiva do algodão, com ênfase nos Direitos e Princípios Fundamentais do Trabalho e na melhoria das condições de trabalho em quatro países produtores: Paraguai, Peru, Mali, e Moçambique.