OIT e MPT apresentam primeira turma do inovador Projeto-Piloto de Aprendizagem Profissional Inclusiva na cidade goiana de Cristalina

Projeto visa promover oportunidades de acesso ao primeiro emprego no mercado formal de trabalho para jovens em situação de vulnerabilidade

Notícias | 11 de Fevereiro de 2020
Jovens da Primeira Turma do Projeto API em Cristalina/ Foto: OIT Brasil
Brasília - A cidade de Cristalina, em Goiás, conheceu nesta quarta-feira, 12 de fevereiro, a primeira turma do Projeto-Piloto de Aprendizagem Profissional Inclusiva (API), composta por 20 jovens, com idade entre 15 e 21 anos matriculados na Rede Municipal de Educação.

Promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Ministério da Economia, o evento foi realizado na Câmara Municipal de Cristalina,com a presença de autoridades locais e federais, e de representantes de empresas parceiras do projeto e da sociedade civil.

"Com este projeto, os jovens estão tendo a oportunidade de entrarem em contato com empresas que são fundamentais para o progresso de nossa cidade", disse o Prefeito de Cristalina, Daniel Sabino Vaz

Eduardo Pereira Gomes da Silva, 18 anos, é um dos jovens que participam do projeto/Foto: OIT Brasil
O componente inovador do Projeto-Piloto API é a promoção de oportunidades de acesso ao trabalho decente e produtivo para jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por meio de um período de formação humana e socioemocional que antecede o sistema dual característico da aprendizagem profissional.

"A estratégia utilizada para conseguir esta primeira turma foi, desde o inicio, a de construção colaborativa. É graças a essa metodologia que conseguimos reunir hoje os atores-chave em torno de um objetivo comum, permitindo que a API se implemente de maneira sustentável no município.", disse Laura Díaz, Oficial de Projeto da OIT.

Aprovada em 2000, a Lei do Aprendiz determina que toda empresa de grande ou médio porte deve contratar um número de aprendizes equivalente a, no mínimo, 5% e, no máximo, 15% do seu quadro de funcionários cujas funções requeram formação profissional.

"Nos sentimos honrados de poder participar de um projeto-piloto dessa envergadura, que permitirá o cumprimento da lei de forma efetiva, levando em consideração as particularidades e prioridades do setor produtivo local.", disse Airton Shiguekazu Arikita, Presidente da Associação Comercial e Agroindustrial de Cristalina (ACAIC).

"Estamos de portas abertas para ensinar estes jovens que estão com muita disposicão de aprender", disse Danila Araújo, representante de uma das empresas parceiras do projeto.

Simbolicamente, o evento marcou a transição desses jovens da escola para o ingresso no primeiro emprego no mercado formal de trabalho. Nos últimos meses, o grupo de estudantes passou por um intenso processo de desenvolvimento por meio de aulas ministradas por um professor do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). A nova etapa de aprendizado dos jovens será realizada dentro das empresas parceiras que os contrataram de forma pioneira, no âmbito do projeto lançado em dezembro de 2019.

"O projeto representa um trabalho em prol do resgate à dignidade, permitindo que as empresas passem a ser agentes de transformação da sociedade.", disse Fabiane Roriz, Representante do SENAC.

Durante o evento também foi apresentado o modelo de monitoramento e avaliação do projeto, com o objetivo de identificar práticas inteligentes e oportunidades de melhorias, visando a possibilidade de levar o projeto a outras localidades do Brasil.


Sobre Aprendizagem Profissional Inclusiva (API)


Mesa de abertura do evento/Foto: OIT Brasil
Uma aprendizagem profissional inclusiva e de qualidade caracteriza-se por permitir que jovens entre 14 e 24 anos tenham a oportunidade de adquirir experiência profissional diretamente no local de trabalho desenvolvendo as competências que os permitam entender a lógica por trás das tarefas exigidas, enfrentar situações não previstas e conquistar sua autonomia como cidadãos.

A API é uma vertente da aprendizagem profissional que reconhece a necessidade de parcela da juventude brasileira de desenvolver competências de natureza emocional e mitigar desigualdades de natureza socioeducacional, estabelecendo como estratégia o aperfeiçoamento da matriz curricular a partir da demanda das empresas.

"A aprendizagem profissional é um processo de transformação social que vai alem da profissionalização, pois gera também mudança de perspectiva de vida e valorização da autoestima.", explicou Ana Maria Villa Real Ferreira Ramos, a Procuradora e Coordenadora Nacional da Coordinfância do MPT,

Lançado em 2019, o Projeto-Piloto insere-se no escopo de um amplo projeto entre a OIT e o MPT para a promoção dos princípios e direitos fundamentais do trabalho.


* Atualizado em 12 de fevereiro de 2020.